quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Primavera,

Os ideais difundidos na Revolução Francesa que procuravam garantir o direito à liberdade e propriedade, à igualdade perante a lei e a resistência à opressão para todos não se perderam completamente com o fim dela.

As monarquias absolutistas européias se esforçaram para extinguir esse pensamento revolucionário francês que tanto as ameaçava, o maior exemplo disso é o Congresso de Viena de 1815, onde as monarquias poderosas da Europa formaram uma aliança, prometendo ajuda mútua contra qualquer revolta desse tipo. O que não impediu que ideias liberais nascidas na Revolução Francesa se difundissem pelo velho continente no início do século XIX.

Porém, as políticas repressoras contra a população não bastaram e após 2 anos de péssimas colheitas entre 1846 e 1848 e da queda do consumo de produtos industrializados que demitiu milhares de operários, revoluções começaram a surgir ao mesmo tempo por toda a Europa.

Essa época de revoluções de caráter operário no ano de 1848 ficou conhecida como primavera dos povos.Ela derrubou a monarquia francesa instaurando uma república parlamentar, fez surgir levantes populares na Alemanha, Áustria e Itália e é muito importante para a história da luta de classes pois nela, pela primeira vez, o operário se politizou como força autônoma e exerceu seu protagonismo tomando partido próprio e lutando pelos seus interesses.

Essas revoluções tinham a perspectiva de um amanhã que não fosse apenas a continuação do hoje, mas que incorporasse conquistas para essa classe.

Após a primavera dos povos, a Europa não se transformou definitivamente, mas essa organização política dos operários fez com que eles adquirissem consciência do seu papel e da sua importância e possibilitou que se organizassem em futuras revoltas, como a Comuna de Paris e a Revolução Bolchevique.

Durante a primavera dos povos, Karl Marx publicou o Manifesto Partido Comunista, que defendia a mobilização dos trabalhadores e sua politização. Na mesma época também ocorreu a primeira grande crise do capitalismo, com a sobreprodução e a falta de consumidores, a solução para essa crise foi encontrada posteriormente no imperialismo.

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